Samatur, que faz linha Minaçu a Brasília, cobra R$228.00 por pessoa e despacho de bagagem pode chegar a R$300,00

A empresa Samatur, que faz a linha Minaçu a Brasília, não faz questão alguma de atuar discretamente ao infringir regras e as regulamentações brasileiras. Se você vai viajar de ônibus pela empresa prepare-se: o bolso e o estômago. A passagem é absurdamente cara, os carros são caquéticos, antigos, desconfortáveis, climatizadores não funcionam; motoristas e cobradores são despreparados e a maior “dor de cabeça” reside na hora de despachar a bagagem.

No início do embarque, o cobrador pergunta se há na bagagem, ou caixa fechada, algum eletrodoméstico ou eletroeletrônico – se a resposta for positiva, ele cobra outro valor adicional, entre R$100 e R$300, como num frete paralelo. Mesmo que a bagagem seja a única do passageiro e mesmo que ela não ultrapasse os 30 kilos autorizados pela ANTT. “São regras da empresa”, disse.

Pedi ao cobrador a lista com a qual ele se baseia para definir os preços dos produtos cobrados a parte. Ele se recusou; mostrou apenas parte dos preços, e tapou metade da tela, esta com a qual a relação de cada item “merecia” para ele um preço equivalente.

Ocorre que a Samatur não tem balança, e cobra com base no “olhômetro do cobrador” uma quantia teórica  – no meu caso, R$290,00 – por uma caixa de TV55 com menos de 4 quilos, e devidamente embalada. Seja micro-ondas, carrinhos de bebê, um liquidificador. A regra, para eles, é clara!

A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) porém, é enfática: não há regra nem autorização para cobranças de preços para conteúdo interno de bagagens, desde que se respeite o processo fiscal, a altura e o peso ideal, conforme a resolução Nº 1.432, DE 26 DE ABRIL DE 2006. Ou seja, passou da altura, o produto, logicamente, não pode embarcar; passou do peso, é cobrado o excedente: 0,5% por quilo “a mais” da bagagem despachada.

“É simples, o senhor paga [o adicional] e resolve. Ou desiste da viagem”, ouvi de um dos funcionários, Miguel, que trabalha na central em Brasília.

Como se vê, a Samatur está equivocada na forma e no trato. Não consegue treinar seus funcionários e se esquadrar às regras que regem a concessão pública rodoviária do País, essa com a qual disse haver compreendido no início do contrato.

O monopólio ainda ensina que qualquer tipo de serviço prestado ao povo, embora absurdamente caro, é mero favor.

O Portal NG tentou contato com a empresa, por diversas vezes, para obtenção de resposta, mas não obteve retorno.

 

 

Danillo Neres

Redação, para a Coluna Opinião