Delegado exige prioridade no atendimento agride e prende médico em Cavalcante
Em voz de prisão dada pelo delegado da cidade, o médico Fábio Marlon Martins Franca (foto) foi preso na última quinta-feira (27) em uma Unidade Básica de Saúde do município, enquanto este exigia atendimento rápido e com prioridade a ele.
O Portal NG buscou contato com o delegado, mas ele não quis gravar entrevista.
De acordo com informações obtidas por testemunhas, o médico estava no meio de um atendimento quando foi abordado pelo delegado. O médico se negou a deixar o cidadão que já se encontrava no consultório para atender o delegado, de imediato.
Ao lado de dois policiais e com teste positivo para Covid-19, o delegado, diante da negativa, se irritou, arrancou a máscara do médico, o agrediu e o prendeu. Ele foi levado para Alto Paraíso, onde ficou preso, mas foi liberado na manhã desta sexta-feira, 28.
Nesta manhã, revoltada, a população de Cavalcante foi às ruas. Eles pedem a expulsão do delegado e justiça ao médico envolvido. Confira no vídeo:
O que diz a Polícia Civil?
A Polícia Civil de Goiás vem, por meio desta nota, explicar a notícia que surgiu em portais de comunicação locais sobre a prisão de um médico, supostamente por ter negado atendimento prioritário a um Delegado.
O Delegado de Polícia Alex Rodrigues, responsável pela Delegacia de Cavalcante, esteve no consultório com sintomas de Covid-19 na manhã de quinta-feira, 27 de janeiro de 2022, e no decorrer do dia, nas visitas que fez ao posto médico para tratar de seus exames, e em decorrência da forma em que o profissional o atendia, terminou sendo cientificado de que o médico estaria atuando de tal maneira por insegurança, dado ao exercício profissional irregular praticado. Realizados levantamentos técnicos acerca do registro profissional do suposto médico, Fábio França, constatou que o registro do médico junto ao Conselho Regional de Medicina de Goiás estava cancelado.
Diante da situação, impelido pelo dever legal que o acomete, tomou as medidas cabíveis para o esclarecimento dos fatos, inicialmente diretamente com o autuado, e no consultório onde realizava atendimento clínico, quando o médico se alterou e ofendeu a autoridade policial e sua equipe, fatos confirmados por testemunhas ouvidas no decorrer da lavratura do procedimento, uma delas, inclusive, enfermeira da unidade de saúde.
O conduzido foi autuado em flagrante delito pelos crimes de exercício irregular da profissão, desacato, resistência, desobediência, ameaça e lesão corporal.
Por cautela foi determinado pela Delegacia-Geral de Polícia Civil o acompanhamento direto e imediato da ocorrência pela Gerência de Correições e Disciplina. A PCGO reafirma seu compromisso com os cidadãos, colocando-se sempre no mesmo nível que os demais goianos e nunca corroborando com atitudes de abuso de autoridade.