Terras raras e a mineração goiana

Terras raras e a mineração goiana

Em um mundo cada vez mais consciente sobre a interligação harmônica que deve existir entre as áreas econômica, social e ambiental, deparar-se com dados que apontam a associação da energia limpa com a mineração soa como um sinal de arauto para aquelas nações e estados que sabem posicionar-se na hora certa e de forma correta. A pesquisa a que me refiro é da Agência Internacional de Energia e, ao citá-la, sinto-me mais orgulhoso por afirmar que

Goiás, mais uma vez, cruza a linha de vanguarda: isso porque dispomos, em nosso território, das chamadas terras raras, tão imprescindíveis para um futuro mais sustentável e que se digna a minimizar as consequências do efeito estufa.

 

Mas o que são terras raras? Trata-se de nomenclatura para um conjunto de elementos químicos, normalmente encontrados misturados à natureza e de difícil extração, mas com características peculiares, como magnetismo intenso e absorção e emissão da luz. Descobertas na Escandinávia, no século 18, as terras raras possuem propriedades especiais que as tornam úteis em uma infinidade de aplicações tecnológicas, como motores de carros elétricos, lasers, superímãs, entre outros.

 

Atualmente, a China é o maior produtor do mundo de terras raras, mas o Brasil detém um dado importante: estima-se que aqui as reservas desse conjunto de elementos químicos podem chegar a 3,5 bilhões de toneladas, segundo a Agência de Serviços Geologico Norte-Americano. E Goias tem ganhado, cada vez mais, protagonismo neste cenário, já que, depois de Minaçu e Iporá, foram descobertas terras raras em Nova Roma, município que conta com pouco mais de 3 mil habitantes e que está localizado no nordeste do estado.

 

Os minérios de Nova Roma foram analisados em fevereiro último, no Chile, pela empresa Aclara Resources e os resultados de viabilidade se mostraram promissores; a multinacional, inclusive, já manifestou interesse em investir R$ 2,5 bilhões no processamento das terras raras do município.

 

Mas nossa proeminência na mineração não é tão recente assim. Somos referência na extração de cobre, ouro, cobalto, níquel, nióbio, fosfato e vermiculita. Tanto em termos de economia como números de produção, a mineração é o terceiro segmento mais importante no estado, ficando atrás apenas de grãos e da carne. No geral, estamos em quarto lugar no país em arrecadação de exploração mineral, e como o quinto maior produtor de bens minerais metálicos no Brasil, com a produção comercializada atingindo R$ 8,6 bilhões.

 

O mais importante, porém, folgo em dizer, é que o Governo de Goiás trabalha com a premissa que destaquei logo no início deste artigo: a conjugação do desenvolvimento econômico se dá com as áreas social e ambiental.

 

Assim, almejamos usufruir da vantagem competitiva que possuímos no mercado global, considerando a crescente demanda por tecnologias emergentes, de modo a posicionar nosso estado no centro da transição energética para uma economia de baixo carbono no planeta. É um momento histórico para os goianos, com um futuro promissor assomando em nossos horizontes.