‘Nunca bati em uma mulher’, diz Fernández após ser acusado de agressão por ex-companheira
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-presidente da Argentina Alberto Fernández negou, em entrevista ao jornal El País publicada nesta terça-feira (13), ter agredido sua ex-companheira, Fabiola Yáñez, cuja acusação de violência de gênero contra o peronista respingou na política do país.
“Estou sendo acusado de algo que não fiz. Não bati em Fabiola. Nunca bati em uma mulher”, afirmou Fernández durante a conversa em Buenos Aires. Trata-se da primeira entrevista do ex-presidente desde que Yañez formalizou as denúncias por agressão contra o ex-marido. Nela, ele rejeita as acusações, como já havia feito por meio de uma nota.
“Não estou aqui para alimentar toda a sujeira midiática que está sendo gerada. Recebi você para lhe dizer sob seus olhos que não fui o autor de nenhum desses fatos”, insistiu o político, que governou a Argentina entre 2019 e 2023. “O que vou fazer é esperar, ir à Justiça e deixar a Justiça resolver”, acrescentou o político de 65 anos na entrevista.
O caso teve início em abril, a Justiça argentina bloqueou os os bens de Fernández e determinou a quebra do sigilo bancário de suas contas em meio a uma acusação de desvio de verba pública. No meio desse processo, os responsáveis pelo caso acessaram mensagens em que Yañez relatava as agressões e a chamaram a testemunhar. Pouco depois, ela formalizou as denúncias por agressão contra o ex-marido.
O caso escalou após o portal Infobae publicar fotos de Yañez machucada, nos olhos e nos braços, na semana passada. A própria ex-primeira-dama teria enviado as imagens a Fernández pelo aplicativo WhatsApp.
Em capturas de tela das mensagens reveladas pelo mesmo site, há textos como: “Isso já não funciona se a todo momento você me bate. Não posso deixar que você me faça isso quando não te fiz nada. Tudo que tento fazer é defender-me, e você me agride fisicamente.” Em outra, a ex-primeira-dama relata que havia três dias que Fernández a agredia.
Yáñez mora em Madri com o filho pequeno, fruto de seu relacionamento de mais de uma década com o ex-presidente. Desde a denúncia, um juiz argentino pediu um reforço de sua proteção na Espanha e proibiu o ex-presidente de deixar a Argentina.
O caso abalou a política argentina. Tanto o atual presidente, Javier Milei, rival político, quanto a peronista e ex-chefe de Estado Cristina Kirchner, que foi vice-presidente de Fernández, criticaram o líder pelos supostos atos que lhe foram atribuídos.
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