Entenda os sintomas de depressão e síndrome do pânico, que afastaram Zé Neto dos placos
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VITOR HUGO BATISTA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A dupla sertaneja Zé Neto e Cristiano anunciou, nesta quinta-feira (22), a suspensão da agenda de shows pelos próximos 90 dias. A decisão veio após a necessidade de Zé Neto se afastar para tratar de depressão e síndrome do pânico.
A depressão é um transtorno psiquiátrico crônico que atinge mais de 300 milhões de pessoas no mundo, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). No Brasil, segundo a PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), mais de 16 milhões convivem com a doença.
Ao contrário de um sentimento de tristeza comum, a depressão gera sintomas como falta de energia e de concentração e afeta padrões de sono e de alimentação.
Já a síndrome do pânico -ou transtorno de pânico- é um transtorno mental caracterizado por taquicardia, palpitações, coração acelerado, transpiração, tremores, sensação de falta de ar, dor no peito, náuseas, tontura, calafrios, formigamentos e medo de perder o controle.
ENTENDA OS SINTOMAS DAS DOENÇAS
Ambos os transtornos exigem o diagnóstico feito por um profissional de saúde mental, como um psiquiatra ou um psicólogo.
Para a síndrome do pânico, é importante primeiro descartar outras condições médicas com sintomas semelhantes, como hipertireoidismo e doenças cardiopulmonares. As crises surgem no final da adolescência ou início da vida adulta e são mais frequentes em mulheres.
O tratamento é multifacetado e individualizado para cada paciente, e geralmente inclui uma combinação de psicoterapia, medicamentos antidepressivos ou ansiolíticos e mudanças no estilo de vida, como atividades físicas regulares e alimentação balanceada.COMO SABER SE ESTOU COM
DEPRESSÃO OU SÍNDROME DO PÂNICO?
É comum confundir tristeza e depressão. A tristeza é um sentimento normal e pode ocorrer de modo proporcional em algumas fases da vida. Porém, quando ocorre em conjunto com outros sintomas mais amplos, como indisposição, perda de foco, insônia, alteração do apetite, agitação e irritabilidade, pode ser um indício de depressão.
Numa fase de luto, alguns desses sintomas podem até se manifestar, sem que se configure ainda uma depressão, desde que o tempo de duração seja curto e a intensidade dos sintomas seja menor.
A síndrome do pânico é caracterizada por ataques de pânico recorrentes e inesperados. Ataques isolados não caracterizam a síndrome e podem ocorrer em outros transtornos mentais, como ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e os causados por uso de substâncias químicas.
Os ataques alcançam um pico em poucos minutos e têm duração limitada, habitualmente menos de 20 minutos. Embora os sintomas sejam extremamente desconfortáveis, não implicam em um risco de morte.A
PARTIR DE QUE MOMENTO DEVO PROCURAR AJUDA?
No caso da depressão, quando o indivíduo percebe que a tristeza ou a perda de interesse nas atividades perduram mais de duas semanas, ocorrendo na maior parte do dia, já é importante buscar ajuda.
Uma outra pista é perceber se o sono, a concentração ou o apetite foram afetados de algum modo.
Para a síndrome do pânico, é importante buscar ajuda se os sintomas, como taquicardia, falta de ar, ou sensação de perda de controle, persistirem, piorarem ou afetarem sua rotina diária.
Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, melhor será o controle dos sintomas e a qualidade de vida.
COMO FUNCIONA O TRATAMENTO PARA DEPRESSÃO E SÍNDROME DO PÂNICO?
O tratamento para depressão e síndrome do pânico é multifacetado e geralmente inclui uma combinação de psicoterapia, medicamentos e mudanças no estilo de vida.
O sucesso do tratamento varia de pessoa para pessoa, mas com a abordagem correta, muitos pacientes conseguem alcançar uma vida funcional e com qualidade.
– Psicoterapia: A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das abordagens mais eficazes para ambos os transtornos. Ela ajuda os pacientes a identificar e modificar padrões de pensamento negativos e comportamentos que contribuem para a depressão e os ataques de pânico.
– Medicação: Antidepressivos, como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), são frequentemente prescritos para tratar a depressão e também podem ser eficazes para o transtorno do pânico. Ansiolíticos podem ser utilizados a curto prazo para controlar crises agudas de pânico, mas seu uso prolongado é geralmente evitado devido ao risco de dependência.
– Mudanças no estilo de vida: Atividades físicas regulares, alimentação balanceada, e técnicas de relaxamento, como meditação e respiração diafragmática, são recomendadas para melhorar os sintomas e prevenir recaídas. Boas práticas de sono e a redução do consumo de substâncias estimulantes, como cafeína e nicotina, também são importantes.
– Neuromodulação: Para casos de depressão resistente ao tratamento convencional, a Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é uma opção. Este tratamento envolve a estimulação de áreas específicas do cérebro com campos magnéticos para ajudar a melhorar o humor.
– Acompanhamento contínuo: Tanto a depressão quanto o transtorno do pânico podem exigir acompanhamento a longo prazo. Manter consultas regulares com profissionais de saúde mental e ajustar o tratamento conforme necessário é essencial para controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
É POSSÍVEL SE CURAR COMPLETAMENTE DA DEPRESSÃO E DA SÍNDROME DO PÂNICO?
A depressão pode ser controlada e tratada, mas a “cura” depende do tipo de depressão.
Em muitos casos, os sintomas podem ser aliviados com o uso de antidepressivos, que podem ser gradualmente suspensos após a remissão dos sintomas, levando a uma alta médica.
No entanto, existem formas crônicas de depressão que podem exigir tratamento prolongado, possivelmente por toda a vida, semelhante a outras doenças crônicas como diabetes ou hipertensão.
Nesses casos, o objetivo do tratamento é gerenciar os sintomas e manter a qualidade de vida, mesmo que a depressão não seja “curada” no sentido tradicional.
Com o tratamento, é possível reduzir a frequência e a intensidade das crises na síndrome do pânico. Mesmo que não seja curada no sentido absoluto, o tratamento permite que a pessoa tenha uma boa qualidade de vida com o transtorno.
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