Elefantíase deixa de ser problema de saúde pública no Brasil

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A filariose linfática, conhecida popularmente como elefantíase, já não é mais considerada um problema de saúde pública no Brasil, anunciou a Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta terça-feira, 1, em comunicado em que parabeniza o País pelo feito.

 

“Eliminar uma doença é uma conquista importante que exige um compromisso inabalável”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na nota. “Parabenizo o Brasil por seus esforços para libertar seu povo do flagelo desta doença dolorosa, desfigurante, incapacitante e estigmatizante”, acrescentou.

Para Ghebreyesus, o caso brasileiro é um exemplo do progresso mundial contra doenças tropicais negligenciadas e dá esperança a outros países que ainda lutam contra a filariose linfática de que eles também podem eliminar a doença, uma enfermidade parasitária debilitante. O Brasil alcançou o fim da transmissão da doença em 2017, após 20 anos de distribuição em massa de medicamentos antiparasitários, atividades de controle de vetores e forte vigilância, particularmente nas áreas mais afetadas.

A eliminação da filariose linfática como problema de saúde pública também foi definida como uma das metas do programa Brasil Saudável, lançado em fevereiro deste ano, que objetiva acabar com doenças socialmente determinadas.

“O amplo e unificado sistema de saúde do Brasil, juntamente com sólida expertise laboratorial especializada e vigilância robusta foram essenciais para interromper a cadeia de transmissão, inspirando outros países a avançar em direção à eliminação da filariose linfática e outras doenças tropicais negligenciadas”, disse Jarbas Barbosa, diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Com o feito, o Brasil se junta a outros 19 países e territórios que foram validados pela OMS por terem eliminado a filariose linfática como um problema de saúde pública: Malawi, Togo, Egito, Iêmen, Bangladesh, Maldivas, Sri Lanka, Tailândia, Camboja, Ilhas Cook, Kiribati, Laos, Ilhas Marshall, Niue, Palau, Tonga, Vanuatu, Vietnã e Wallis e Futuna, na Região do Pacífico Ocidental.

Nas Américas, três países endêmicos (República Dominicana, Guiana e Haiti) ainda exigem administração em massa de medicamentos para interromper a transmissão e estão trabalhando para atingir a meta de eliminação.

Sintomas

A doença é causada pelo verme nematoide Wuchereria bancrofti e transmitida pela picada do mosquito Culex quiquefasciatus (pernilongo ou muriçoca) infectado com larvas do parasita. Após a penetração na pele, as larvas migram para região dos linfonodos (gânglios), onde se desenvolvem até a fase adulta, levando ao surgimento de sintomas.

De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas crônicos da filariose linfática podem evoluir para: acúmulo anormal de líquido (edema) nos membros, seios e bolsa escrotal; aumento do testículo (hidrocele); e crescimento ou inchaço exagerado dos membros, seios e bolsa escrotal.

O nome elefantíase é dado pelo inchaço no corpo do paciente, que além dos sintomas crônicos costuma ter de enfrentar o preconceito: quem adquire a doença fica fisicamente incapacitado e sofre perdas mentais, sociais e financeiras, contribuindo para o estigma e a pobreza.

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