Zelensky afirma que China fornece armas à Rússia e cita evidências
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O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, afirmou que a China está fornecendo armamentos à Rússia, intensificando as preocupações sobre o envolvimento indireto de Pequim na guerra em curso. A declaração foi feita nesta quinta-feira (17), após a captura de cidadãos chineses que, segundo Kiev, estavam lutando pelo exército russo na região de Donetsk.
De acordo com o site The Kyiv Independent, durante uma coletiva de imprensa em Kiev, Zelensky mencionou que os serviços de inteligência e de segurança da Ucrânia identificaram indícios do fornecimento de pólvora e artilharia de origem chinesa. “Acredito que, na próxima semana, poderemos apresentar detalhes mais precisos, indicando que representantes chineses estão participando da produção de armas em território russo”, afirmou.
Essa é a primeira vez que o governo ucraniano confirma publicamente o suposto apoio militar da China à Rússia, o que coloca Pequim ao lado de aliados como Irã e Coreia do Norte, que também são acusados de fornecer armas ao Kremlin.
Nos últimos meses, reportagens já vinham apontando para o envio de armas chinesas à Rússia, mas o governo chinês sempre negou qualquer participação no conflito. Inclusive, em meados de 2024, Zelensky havia dito que Pequim se comprometeu a não armar Moscou.
Embora mantenha oficialmente uma postura de neutralidade no conflito, a China tem reforçado laços econômicos com a Rússia e se colocado contra as sanções ocidentais. Além disso, tornou-se uma das principais fornecedoras de produtos de uso dual — civis e militares — que alimentam a indústria de defesa russa.
O envolvimento direto de cidadãos chineses também reforça a suspeita sobre o apoio de Pequim. No início de abril, dois chineses foram detidos por soldados ucranianos enquanto combatiam com as tropas russas. Segundo Zelensky, “centenas” de chineses estariam lutando na guerra ao lado da Rússia.
Um dos capturados relatou ter pago 300 mil rublos (cerca de US$ 3.500) a um intermediário na China para se juntar ao exército russo em troca da promessa de cidadania, conforme informou uma unidade militar ucraniana ao jornal online Ukrainska Pravda.
A China, por sua vez, segue negando envolvimento direto e afirma ter aconselhado seus cidadãos a não participarem de conflitos armados.
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