Trump pode usar avião do Catar como novo Air Force One, diz imprensa

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avalia aceitar um avião da família real do Catar como presente, com a intenção de utilizá-lo como novo Air Force One, aeronave oficial da presidência norte-americana. A informação foi divulgada pela emissora ABC News neste domingo (11), que aponta que o anúncio deve ocorrer durante a viagem de Trump ao Oriente Médio, que inclui Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos.

 

Segundo a reportagem, Trump demonstrou insatisfação com os atrasos na entrega dos dois novos Boeing 747-8 encomendados durante seu primeiro mandato. Inicialmente, os aviões deveriam ser entregues em 2024, mas, de acordo com a Força Aérea dos EUA, a Boeing prevê agora a conclusão apenas em 2027.

O presidente chegou a visitar, em fevereiro, o 747-8 pertencente à família real do Catar, que ficou estacionado no aeroporto de Palm Beach, na Flórida, perto da residência de Trump em Mar-a-Lago. À época, a Casa Branca afirmou que a visita foi apenas para que Trump compreendesse como seria a configuração ideal da aeronave presidencial.

Após a repercussão da possível doação, o ex-presidente se manifestou na rede Truth Social:

“O Departamento de Defesa está recebendo um PRESENTE GRATUITO de um 747 para substituir o Air Force One, com 40 anos de idade… e isso perturba os democratas desavergonhados”, escreveu Trump. “Os democratas são uns fracassados de classe mundial!”
A ideia, no entanto, gerou forte reação de parlamentares democratas e de organizações de ética pública, que apontam possíveis conflitos legais e constitucionais. O senador Chuck Schumer, líder democrata no Senado, ironizou:

“Nada diz ‘America First’ como um Air Force One dado pelo Catar”, publicou no X (antigo Twitter). “Não é só suborno. É influência estrangeira com espaço extra para as pernas.”
A organização CREW (Citizens for Responsibility and Ethics in Washington) questionou a legalidade da proposta, lembrando que a Constituição dos EUA proíbe funcionários públicos de aceitarem presentes de governos estrangeiros sem aval do Congresso. “Parece um presente de US$ 400 milhões vindo de um país com o qual Trump tem negócios pessoais”, afirmou o porta-voz Jordan Libowitz.

Vale lembrar que, no fim de abril, a Organização Trump anunciou um projeto imobiliário no Catar, com a construção de um clube de golfe e moradias em Doha.

Procurado pelo New York Times, o porta-voz da família real do Catar, Ali Al-Ansari, afirmou que a oferta do avião ainda está em análise e nenhuma decisão foi tomada.

Ainda segundo a ABC News, advogados da Casa Branca e do Departamento de Justiça concluíram que a aceitação do avião é legal, desde que seja transferido ao acervo presidencial de Trump ao fim de seu mandato, em 2029. Dessa forma, o ex-presidente poderia continuar usando a aeronave como cidadão privado, sem violar as leis anticorrupção ou a Constituição.

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