Mulher fica cega após passar por cirurgia estética e acusa erro médico

Alessandra da Veiga Lobo, 50 anos, uma empresária de Minaçu, ficou cega depois de uma cirurgia de blefaroplastia. Ela perdeu a visão total do olho direito devido ao procedimento cirúrgico usado para tratar ou corrigir o excesso de pele das pálpebras.

De acordo com Alessandra, que conversou com o Portal NG, a cirurgia foi realizada no dia 3 de Junho, feriado de Corpus Christi, no Hospital Cop-Saúde, da Sama, pelo médico Ariano da Paz Melo e pela médica Ana Cláudia Santos Queiroz, que é de Minas Gerais, além da anestesista Adriana Aleixo, esposa de Ariano. O procedimento, de acordo com Alessandra, era para ser bem simples, mas acabou desencadeando num cenário de traumas irreversíveis. Ariano é amigo da família de Alessandra, e foi quem a convidou a fazer o procedimento.

Já a  médica Ana Cláudia, Alessandra afirmou ter conhecido somente na sala da cirurgia. Ela veio de Minas Gerais exclusivamente para realizar o procedimento, mas na prática, de acordo com Alessandra, era uma espécie de tutora da cirurgia. “Ela o orientava a como proceder. Eu via ela ensinando a cirurgia. Antes da cirurgia, ela tava dando aula. Eu achei estranho essa situação”, disse. Já em casa, Alessandra afirma que sentiu  uma dor de cabeça intensa e o olho pesado: “Eu vi meu olho derreter  na frente do espelho. Eu daria tudo para ter meu olho de volta. Não terá um dia da minha vida que eu não vou lembrar disso!”.

As dores e a cegueira

Alessandra afirma que sentiu dormência do lado direito do rosto logo depois da cirurgia. O olho começou a “repuxar” e “pular”. Imediatamente, ela informou esses sintomas aos três médicos responsáveis pela cirurgia, que a acalmaram e passaram remédios paliativos para dor de cabeça. Alessandra afirmou que sentiu que, após a cirurgia, a anestesia desceu para o nariz e para a arcada dentária. “Senti como se todos os meus dentes estivessem cariados, devido a dor”. “O outro lado da cirurgia, saiu perfeito”, disse, ao comentar que não consegue mais fazer as coisas que antes fazia, e que o processo desencadeou numa crise de ansiedade.

Conforme a empresária, não houve nenhum procedimento pré-operatório, tampouco orientação por parte dos médicos sobre o procedimento e sobre seus possíveis riscos. “É um trauma terrível. Se eu pudesse voltar no tempo, pediria para evitar aquele dia, para eu não ter pisado meus pés ali”, disse Alessandra.

No Hospital dos Olhos de Goiânia, Alessandra recebeu o diagnóstico do quadro irreversível da visão. “Passamos 40 dias em Goiânia. Nossa vida virou de cabeça para baixo. Deixamos a nossa academia de lado, toda a nossa vida de lado, para cuidar de mim. Tem sido uma tristeza muito grande”, disse Alessandra.

Legalidade médica

O médico, Ariano da Paz, de acordo com o sistema de credenciamento do Conselho Federal de Medicina, não possui autorização para atuar como cirurgião, nem como oftalmologista, segundo o registro do CRM. Já a médica Adriana Aleixo, que atuou como anestesista é credenciada como anestesiologista e a médica Ana Cláudia, como oftalmologista. Nesse caso, em tese, apenas as últimas duas profissionais estariam credenciadas a realizar uma cirurgia de pequeno potencial invasivo.

Para entender o lado da equipe, o Portal NG tenta contato com os médicos citados na matéria. O espaço encontra-se aberto!

Esta matéria estará sendo atualizada em instantes.