Ataques de 11 de setembro: por que muitos americanos estão insatisfeitos com o resultado da ‘guerra ao terror’?
Foram poucos os resultados positivos do imenso esforço feito pelos EUA para intervir em países mundo afora na tentativa de reduzir a ameaça terrorista. Muitos mortos e trilhões de dólares depois, os americanos se perguntam o que deu errado. Por que muitos americanos estão insatisfeitos com o resultado da ‘guerra ao terror’?
Os ataques de 11 de setembro completam 20 anos neste sábado e, apesar de o principal articulador, Osama bin Laden, já ter sido morto há anos, há um sentimento de frustração neste dia para muitos americanos.
Veja os motivos que eu separei em destaque nos jornais dos EUA nos últimos dias:
O americano olha para trás e vê que foi feito um gasto de US$ 6 trilhōes de dólares – dinheiro do contribuinte – no combate ao terrorismo desde 11 de setembro de 2001.
Nesta política de mandar tropas ou apoiar intervenções em lugares como o Afeganistão, Iraque e Líbia, 900 mil pessoas morreram em conflitos, segundo levantamento da Universidade Brown — para não ter quase nenhum resultado positivo além da morte de Bin Laden em si. A Al-Qaeda não acabou totalmente, e os países em que os EUA intervieram estão hoje mais pobres e menos seguros.
Se falarmos especificamente da ocupação do Iraque, apesar de ela ter acabado com a ditadura de Saddam Hussein, a ocupação desestabilizou tanto o país que facilitou o surgimento do grupo terrorista Estado Islâmico.
As intervenções em nome da “guerra ao terror” tiveram nuances de que muitos americanos não se orgulham: os EUA abriram prisões secretas, houve denúncias de tortura de suspeitos, milhares de soldados americanos perderam a vida.
A taxa de suicídio anual entre militares nos EUA é proporcionalmente maior do que entre a população comum.
O título de país mais poderoso do mundo está sendo questionado pelos próprios americanos. Claro, isso não se deve só à saída traumática do Afeganistão. No entanto, no primeiro 11 de setembro sem tropas americanas naquele país, quem agora domina é o mesmo Talibã de 20 anos atrás. E pior: a China, maior rival americana, está presente e ensaia uma possível amizade com os talibãs.
Por esses e por outros motivos, muitos americanos se perguntam: o que é que deu errado?
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