Cada vez mais consciente, população sabe separar foro íntimo e interesse público
O prefeito de Minaçu e candidato à reeleição, Carlos Alberto Leréia, tem sido alvo de todos os ataques possíveis à própria honra, e com as digitais da oposição, mas tem um detalhe já perceptível: a população, de um modo geral, cada vez mais ciente do papel que representa, sabe separar as coisas.
Sabe a tal ponto que a repercussão de um vídeo íntimo do candidato despertou pouco interesse, sobretudo da maioria esclarecida, que entende o principal motivo por trás de tudo isso. Fundamentalmente: O que é de foro íntimo julga-se no foro íntimo. O que é de foro público julga-se no foro público. E é esse o curso natural da democracia, e da Justiça, e cabe em qualquer lugar.
O prefeito, e a família dele, foram atacados e expostos, de forma injusta, assim como outras pessoas tiveram o direito à intimidade violado. Se feridas internas se abriram, só eles poderão resolver entre si, se são capazes de curarem-se. Isso, dentro de suas próprias casas. Da porta pra fora, à Justiça caberá julgar aqueles que criminosamente utilizaram o fato para favorecer-se politicamente.
O direito à honra é uma prerrogativa da pessoa física, do sujeito real, do ser humano. O direito público é uma prerrogativa do Estado, do ser jurídico.
E na história recente do País, a experiência mostra que a população simplesmente reprova esse tipo de baixaria política.
Joao Dória, em 2018, foi um exemplo claro de que essa estratégia tem um efeito reverso. Foi eleito governador mesmo com toda forma de abuso à sua intimidade exposta.
Sabem por quê? Porque as famílias não querem receber pornografia. Não querem que seus filhos as consumam, nem que seus parceiros as vejam; que dirá cogitar a hipótese de sofrer a dor de um deles estar, ou parecer estar, do outro lado da tela. Além disso, mais substancialmente, não querem confundir questões de foro íntimo com capacidade de governo.
O jornalista Messias da Gente foi cirúrgico: A cobrança que se deve: é por saúde, educação, infraestrutura básica para o município.
É isso!
O que está claro, até aqui, é que não há regra para o mau-caratismo do jogo político. Mas o povo sabe disso. E vai demonstrar que sabe muito bem, na hora certa!
Danillo Neres
Jornalista, para a Coluna Opinião do Portal NG