Casa invadida pela polícia: Corporação diz que entrou no endereço correto e que local tinha ligação com a pessoa que se buscava prender
Casa invadida pela polícia: Corporação diz que entrou no endereço correto e que local tinha ligação com a pessoa que se buscava prender
A Polícia Civil (PC) de Goiás informou em nota que entrou no endereço correto em invasão de casa realizada no último dia 11 de abril. A corporação afirma ainda que o endereço tinha ligação com a pessoa que se buscava prender (nota completa abaixo). Um vídeo mostra quando policiais invadem a casa e até seguram a moradora pelo pescoço.
De acordo com o texto, o mandado de busca e apreensão foi cumprido no endereço que constava na ordem judicial. O local foi determinado por investigação técnica, que continha informações decorrentes de quebra de sigilo telemático e vigilância policial in loco.
A PC informou ainda que os policiais da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) que cumpriam o mandado bateram no portão e chamaram os moradores por diversas vezes. Só após descumprirem o chamado dos agentes é que realizaram o arrombamento.
Thassio Silva, morador da casa invadida, divulgou vídeo em que afirmou que estava conversando com o delegado da equipe, no canto do portão, e questionou sobre mandado de prisão, mas não foi respondido.
“Eles nem me responderam e o outro agente já começou a arrombar o portão”, declarou Silva.
A nota afirma ainda que “havia uma ligação entre a casa objeto da busca e a pessoa que se buscava prender, tanto o é que, esta foi presa em frente à residência citada no mandado judicial”.
Thassio Silva afirmou que possui “relação de vizinho” com Jennifer Nayara, mulher presa durante a operação.
Tenho relação de vizinho com a Jennifer, igual todo vizinho tem. Ela saiu da casa dela por livre e espontânea vontade para ver o que estava acontecendo e se deparou com a situação […]. Se você grita um vizinho seu é lógico que ele vai até na sua casa”, argumentou Thassio.
Em entrevista à TV Anhanguera, a defesa de Jennifer Nayara Caetano de Souza informou que não tem conhecimento de nenhuma ligação de Jennifer com a família da casa invadida por engano, além do fato de serem vizinhos. Informou também que, ao perceber a confusão na casa ao lado e ouvir que seu nome foi citado, a própria se entregou à polícia.
Na última quinta-feira (11), agentes da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) arrombaram o portão de uma casa no Setor Parque Industrial Santo Antônio, em Aparecida de Goiânia, região metropolitana da capital, para cumprir um mandado de prisão. A pessoa buscada pela PC não estava na casa, mas foi presa em frente ao imóvel.
Os moradores da residência declaram que não abriram o portão depois do chamado da PC porque pensaram se tratar de bandidos. Tainá Fontenele, moradora da casa, filmou a ação dos agentes e definiu situação como “aterrorizante”.
“Minha filha estava atrás de mim e a policial com a arma em punho. Poderia acontecer uma fatalidade dentro da minha casa”, declarou Tainá à TV Anhanguera.
Além de Tainá, havia duas crianças na casa (uma menina de 9 anos e um bebê de 2 meses) e o marido da moradora, Thassio Silva.
NOTA PÚBLICA – Polícia Civil
A Polícia Civil do Estado de Goiás vem a público fazer alguns esclarecimentos, reforçando seu do compromisso com a transparência e com a busca da verdade por meio da investigação policial, mantendo sempre o amplo diálogo com a imprensa e a sociedade.
Em face da publicação de um vídeo particular originado no dia 11/04/2024, gravado durante uma operação policial da Delegacia Estadual de Investigações Criminais – DEIC, que cumpria mandados de prisão e busca e apreensão, deferidos judicialmente, reprimindo a prática dos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa, informa que seguiu os parâmetros regulares de investigação, obtendo-se êxito no tocante aos alvos.
Nesse contexto, necessário destacar:
- a) o mandado de busca e apreensão foi cumprido no endereço correto, constante da ordem judicial, o qual foi obtido mediante investigação técnica, baseada em elementos decorrentes de quebra de sigilo telemático e vigilância policial in loco, devidamente documentados nos autos do inquérito policial de forma sigilosa;
- b) ao chegarem no local, por volta das 06:00 da manhã, os policiais civis bateram no portão e chamaram os moradores por diversas vezes. Estes, por sua vez, recusaram-se a abrir o portão, claramente cientificados de que a polícia judiciária encontrava-se à frente para cumprirem ordem judicial. Após a desobediência reiterada dos moradores, houve a necessidade de entrada forçada na residência, sendo exigida, em seguida, a contenção dos ânimos, em obediência ao artigo 245, parágrafos 2º e 3º do Código de Processo Penal;
- c) a investigação em referência denota a prática dos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa. Inegavelmente, havia uma ligação entre a casa objeto da busca e a pessoa que se buscava prender, tanto o é que, esta foi presa em frente à residência citada no mandado judicial, conforme registro das imagens;
- d) toda a ação policial foi acompanhada, desde o início, por representante da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-GO, como registrado no referido vídeo.
Nessa seara, a Polícia Civil reforça o seu compromisso pela defesa da sociedade, ocasião em que seguirá firme no combate ao crime organizado, com recordes sucessivos no número de prisões e operações policiais.
Vale ressaltar que, na mesma data, a Polícia Civil de Goiás cumpriu mais de 80 (oitenta) mandados judiciais em operações policiais realizadas em todo o território goiano.
Polícia Civil encontra-se a disposição para quaisquer outros esclarecimentos que se fizerem necessários, reafirmando seu compromisso com a legalidade de seus atos, respeito aos direitos dos cidadãos e confiança na credibilidade, profissionalismo e dedicação de seus policiais.