Harvard recusa exigências da Administração Trump e perde financiamento
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A administração do ex-presidente Donald Trump cumpriu, nesta segunda-feira (14), a ameaça de suspender o financiamento federal à Universidade de Harvard. A medida veio horas após a instituição se recusar a aceitar uma série de exigências impostas pelo governo, que alegava combater o antissemitismo nos campi universitários.
O congelamento afeta cerca de US$ 2,2 bilhões em subsídios plurianuais, segundo informou um grupo de trabalho do Departamento de Educação criado para enfrentar o antissemitismo. A decisão foi tomada após o presidente interino de Harvard, Alan Garber, declarar que a universidade não abriria mão de sua independência nem de seus direitos constitucionais.
“A declaração de Harvard reforça a mentalidade preocupante de que universidades de elite acreditam que o investimento federal não exige responsabilidade no cumprimento das leis de direitos civis”, afirmou o grupo de trabalho em nota.
No mês passado, a administração Trump já havia anunciado uma revisão de até US$ 9 bilhões em contratos e subsídios federais destinados à universidade, como parte de uma ofensiva para conter o antissemitismo nos campi. Harvard passou a ser um dos principais alvos da Casa Branca após os protestos estudantis pró-palestinos que se espalharam por diversas instituições norte-americanas após o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, e a subsequente ofensiva israelense em Gaza.
Embora Harvard já tivesse adotado medidas para enfrentar o antissemitismo, como investigações disciplinares e afastamento de professores, Garber afirmou que as novas exigências do governo eram inaceitáveis. Em nota publicada no site oficial da universidade, ele explicou que, na sexta-feira anterior, o governo impôs condições mais severas que as anteriores como requisito para manter o financiamento.
As novas exigências incluíam: reestruturação da governança da universidade, fim dos programas de diversidade, equidade e inclusão, mudanças em políticas de admissão e contratação, e redução da influência de estudantes, professores e administradores com base em suas posições ideológicas.
“Isso deixa claro que a intenção não é cooperar conosco para combater o antissemitismo de forma construtiva”, escreveu Garber. “Embora algumas das demandas tenham esse objetivo, a maioria representa uma tentativa direta de controle governamental sobre as condições intelectuais em Harvard.”
Em fevereiro, a gestão Trump criou uma força-tarefa interagências para “erradicar o antissemitismo” nos campi universitários e anunciou visitas a dez instituições, incluindo Harvard e Columbia. No caso da Universidade de Columbia, que teve US$ 400 milhões em verbas federais suspensas, a instituição aceitou parte das exigências, como o aumento do poder policial no campus e a nomeação de um vice-reitor para supervisionar o departamento de estudos sobre o Oriente Médio, Sul da Ásia e África.
Em resposta, os escritórios de advocacia que representam Harvard — Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan e King & Spalding — enviaram uma carta às agências envolvidas na força-tarefa afirmando: “Nem Harvard, nem qualquer universidade privada, pode permitir-se ser controlada pelo governo federal
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