Houthis reivindicam novo ataque a navios dos EUA em meio a colapso do cessar-fogo em Gaza
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os rebeldes houthis do Iêmen reivindicaram, nesta terça-feira (18), um novo ataque contra navios militares dos Estados Unidos após Washington bombardear o país do Oriente Médio durante o fim de semana e o cessar-fogo na Faixa de Gaza colapsar com as ofensivas de Israel no território palestino.
Em um canal do Telegram, o grupo apoiado pelo Irã disse ter bombardeado o porta-aviões americano Harry S. Truman com mísseis e drones -o “terceiro ataque em 48 horas” ao norte do mar Vermelho, segundo o comunicado. As ações anteriores aconteceram entre domingo (16) e segunda (17).
Sem comentar as declarações em específico, uma fonte do Departamento de Defesa dos EUA disse à agência de notícias AFP que os houthis divulgam desinformação ao minimizar os ataques americanos e exagerar o êxito das próprias ofensivas.
No fim de semana, Washington bombardeou as cidades de Sanaa, capital do Iêmen, Saada, no norte, e Rada’a, no centro do país do Oriente Médio, matando 53 pessoas, incluindo crianças e mulheres, e ferindo outras 98, de acordo com o grupo.
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em setembro de 2023, os houthis atacam embarcações no mar Vermelho, uma zona vital para o comércio mundial, em apoio à causa palestina. O grupo interrompeu os ataques após o cessar-fogo em Gaza, no dia 19 de janeiro. No entanto, a decisão de Israel de bloquear a entrada de ajuda humanitária no território palestino, no começo deste mês, fez o movimento ameaçar retomar as ofensivas.
Nesta terça, o comando dos rebeldes condenou os ataques de Israel no território palestino e afirmou que intensificará os confrontos contra o Estado judeu. Nesta segunda, bombardeios de Israel contra Gaza após semanas de relativa paz deixaram ao menos 326 mortos, incluindo crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
A retórica dos comunicados dos houthis desta terça está alinhada com declarações do ministro das Relações Exteriores do grupo, Jamal Amer, na véspera. “Não haverá conversa sobre qualquer redução das operações antes de o bloqueio de ajuda humanitária em Gaza acabar”, afirmou ele em entrevista à Reuters na noite desta segunda.
Anteriormente, a agência de notícias Reuters havia afirmado, com base em declarações de dois funcionários de alto escalão iranianos que Teerã havia pedido aos houthis para acalmar as tensões. Amer nega que tenha recebido qualquer contato do tipo. “Agora vemos que o Iêmen está em guerra com os EUA e isso significa que temos o direito de nos defender com todos os meios possíveis, então a escalada é provável”, completou.
Na segunda, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que o Irã seria responsabilizado por quaisquer ataques dos houthis.
Desde 2014, o Iêmen vive uma guerra civil entre os houthis e o governo apoiado pela Arábia Saudita, um dos principais aliados dos EUA no Oriente Médio. O conflito matou milhares de pessoas e afundou o país de 38 milhões de habitantes em uma das piores crises humanitárias da história, segundo a ONU.
As ofensivas ocorrem no momento em que um possível acordo nuclear entre EUA e Irã está em um impasse. Na semana passada, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, rejeitou a ideia de negociar com Washington, como Trump havia sugerido em uma carta enviada ao aiatolá dias antes. No documento, o republicano alertou que a outra maneira de lidar com a questão seria pela via militar.
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