Influenciador morre em SC após anestesia geral para fazer tatuagem
A Polícia Civil de Santa Catarina disse que instaurou um inquérito para apurar os fatos [[{“value”:”
CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – O influenciador e empresário Ricardo Maciel Preto de Godoi, 45, morreu na segunda-feira (20), em um hospital particular de Itapema (SC), após ter se submetido a uma anestesia geral em um hospital para fazer uma tatuagem nas costas. A Polícia Civil de Santa Catarina disse que instaurou um inquérito para apurar os fatos.
Amigo de Godoi, o também influenciador Ricardo Portes disse à Folha nesta terça-feira (21) que era a primeira vez que o empresário recebia anestesia geral e acrescentou que a família aguarda a investigação da Polícia Civil para entender o que aconteceu no hospital.
“Depois que ele se submeteu a esta anestesia geral, ele não voltou mais. Mas não sabemos em que momento isso se deu exatamente, o que aconteceu”, disse Portes. “Ele iria cobrir as costas com um desenho de um anjo”, contou o amigo.
A reportagem entrou em contato com o hospital Dia Revitalité na tarde desta terça, mas ainda não teve resposta.
Em entrevista à Folha, o proprietário do estúdio de tatuagem, que fica em Balneário Camboriú (SC), enfatizou que os seus três tatuadores não chegaram a começar o trabalho, que seria filmado para as redes sociais. “Estamos muito abalados, foi uma fatalidade”, disse. Ele não quis se identificar.
Em nota, afirma ainda que o empresário teve uma parada cardiorrespiratória. “Esclarecemos que o Ricardo iria fazer conosco um fechamento de costas com anestesia geral, sedação e intubação. Para isso contratamos um hospital particular com toda equipe, equipamentos e drogas anestésicas necessárias para a segurança do procedimento. Contratamos também um médico com especialização em anestesiologia e experiência em intubação, que teve sua documentação aprovada pelo hospital”, diz em nota.
“Foram solicitados previamente exames de sangue, que não apontaram nenhum risco explícito a realização do procedimento. O Ricardo assinou o termo de consentimento de risco do procedimento. O que ocorreu é que no começo da sedação e intubação ele teve uma parada cardiorrespiratória, antes mesmo de começarem a tatuar ele”, continua.
O estúdio de tatuagem afirma que a situação foi constatada “rapidamente” e um cardiologista foi chamado “para tentar reanimar ele, infelizmente sem sucesso”. A reportagem não conseguiu falar com o anestesista contratado.
O delegado Aden Claus, responsável pelo inquérito, disse que a certidão de óbito aponta para morte por parada respiratória e parada cardíaca devido ao uso de anabolizantes. Mas acrescenta que a companheira do empresário, Rafaela Godoi, relatou que ele não usava mais anabolizantes há aproximadamente cinco meses.
O corpo de Godoi -sepultado no final da tarde da terça em Itajaí (SC)- será exumado na tarde desta quarta-feira (22), a pedido do delegado, após receber aval do Judiciário.
“O corpo deveria ter passado por exame pericial do médico legista para esclarecer qual a causa da morte”, justificou Claus, que abriu o inquérito depois de saber do caso pelas redes sociais. “Nenhum familiar ou médico fez boletim de ocorrência”, disse ele.
O delegado afirmou ainda que já foi solicitado ao hospital “todo o prontuário do atendimento e os exames, além da relação de toda equipe técnica que participou do procedimento, e vamos ouvi-los no decorrer da semana”.
Godoi era casado e tinha quatro filhos. Natural de Santos (SP), Godoi mantinha seus negócios no litoral norte de Santa Catarina. O empresário tinha 216 mil seguidores em uma rede social e utilizava o perfil para mostrar carros de luxo -ele se apresentava como um especialista em importação de veículos do tipo.
A morte de Godoi foi divulgada no perfil dele no Instagram. “Hoje nos despedimos de Ricardo Godoi, uma pessoa incrível que deixou sua marca no coração de todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo. Sua alegria, generosidade e luz continuarão presentes em nossas memórias e em cada história que ele ajudou a construir”, dizia o texto.
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