Merz avisa que Europa tem de fazer “mais” pela defesa após desvio de Trump

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O provável futuro chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, afirmou nesta segunda-feira (4) que a Europa deve se preparar para assumir uma responsabilidade maior por sua própria segurança nos próximos anos, especialmente diante da postura recente do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

 

“Há uma enorme pressão sobre o lado europeu para agir”, declarou Merz, em entrevista coletiva em Berlim. O líder conservador, que venceu as eleições legislativas alemãs em 23 de fevereiro, ressaltou a necessidade de demonstrar que os 27 países da União Europeia são capazes de atuar de forma independente na política externa e na defesa.

Merz comentou ainda o recente embate entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ocorrido na Casa Branca na última sexta-feira (1º). Segundo ele, o confronto foi uma estratégia deliberada do líder norte-americano e não uma reação espontânea. O conservador destacou que esse tipo de coletiva de imprensa costuma durar apenas alguns minutos, mas, nesse caso, se estendeu por quase uma hora, o que indicaria uma escalada planejada por Trump.

O político alemão também mencionou a Conferência de Segurança de Munique como mais um indicativo de uma tendência contínua no comportamento da delegação norte-americana. Para ele, a Europa precisa agir rapidamente para fortalecer sua segurança, ao mesmo tempo em que tenta manter os Estados Unidos engajados no continente, o que, segundo Merz, também seria de interesse de Washington.

Além disso, Merz expressou a esperança de que a Alemanha tenha, em breve, um novo chefe de governo que possa participar ativamente da formulação da política externa europeia para a Ucrânia, assim como França e Reino Unido já fazem.

Sobre as negociações para a formação de um novo governo, Merz evitou dar detalhes, mas indicou que os primeiros contatos com os sociais-democratas (SPD), do atual chanceler Olaf Scholz, foram positivos. Ele também destacou a importância da consolidação fiscal e mencionou a possibilidade de aprovar um orçamento emergencial para as forças armadas antes da formação do novo Bundestag (Parlamento).

No entanto, Merz alertou que essa medida de curto prazo deve ser separada de investimentos de médio e longo prazo, que ainda estão em debate e podem ser financiados por meio de novos empréstimos, um ponto sobre o qual ele demonstrou maior cautela.
 

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