Minaçu: Roger desce o nível do debate e sai do tamanho que entrou

Coluna Opinião do Portal NG – Roger Seabra (UB) até tentou bancar o conservador sanguinário, que aponta o dedo em riste sobre  quem quer que atravesse a linha do seu conservadorismo. E ele foi pronto pra isso! Não colou, porque no geral, em  franco agosto de 2024, falar dos defeitos físicos e pessoais dos outros não vende mais quanto antes. Ao abandonar o laranja, o verde e amarelo, Roger optou por um tom mais sóbrio, o preto.

Ao ser questionado sobre o que “não quis dizer” sobre petistas, usou um termo relativamente racista: “denegrir”. “Não tinha intensão de denegrir”, um filiado de sua base, de esquerda. Mais tarde, criticou a idade de Leréia, praticando o que a crítica social chama de etarismo . “Existem pessoas jovens com ideias novas, e pessoas velhas com ideias novas também”, retrucou o prefeito.

No bloco de perguntas e respostas escolhidas pelo candidato – à menos de 1 hora de debate – Roger encontrou uma oportunidade de associar violência contra à mulher a insinuações sobre pedofilia, embora  nenhuma proposta de combate fosse apresentada. Naquele momento, Roger inaugurou o baixo nível do debate com questões de cunho pessoal.

Lereia retrucou com ações do mandato que valorizam as mulheres e principalmente as gestantes, e a violência contra a mulher e a criança.

Insistindo, Roger, como num tiro que não acertou em cheio, voltou a perguntar: “Eu to falando de pedofilia”. E Leréia retrucou:, “Polícia ta aí. Eu to falando de cidade”. Leréia desceu o nível falando que o teto de Roger, substancialmente, não tinha nada de vidro.

Na parte que compete a perguntas de forma livre, Lereia afirmou que pessoas ligadas a família de Roger não pagam IPTU. Roger retrucou afirmando que a taxa de IPTU deriva de ações de infraestrutura como asfalto, água e asfalto. E que por isso não havia de pagar. Lereia fez a trajetória de ocupações que vinham ocorrendo desde o terreno da Sharles Taysson que em Minaçu inclusive provocou a cassação de vereadores na época.

“O senhor estava num lugar estratégico [na antessala do governador] e se preocupou mais em ser prefeito, do que trazer obras para Minaçu. Onde elas estão?, questionou Leréia.

Um ponto alto de Roger foi a emenda apresentada pelo Estado de 1.2milhao para realização de um show para a temporada de férias de Minaçu, o que foi pela gestão negada.

Leréia nesse bloco acusou Roger de usar o Vap-vupt numa espécie de QG de concentração da oposição contra a atual  gestão, inclusive, com a criação  e disseminação de fakenwes, utilizando a estrutura pública do Estado.

Bloco propositivo

O bloco seguinte foi direcionado a perguntas de entidades que questionaram sobre agricultura familiar. Roger foi assertivo ao falar do projeto que subdivide o município em macrorregiões rurais para o atendimento das patrulhas que atendem as demandas dos produtores rurais. Lereia também comentou sobre o trabalho do Ian da Samina e falou das mais de 30 obras na zona rural, sobre a construçao de pontes, uma das quais, a ponte de 66m de concreto armado no Rio Cana Brava e 30% dos que os agricultores produzem e que vão para a merenda escolar, além de 1630 atendimentos de gradeamento, curva de nível, transporte de calcário e represas. “As máquinas não estão nas fazendas dos grandes fazendeiros. Estão nos assentamentos”, ponderou.

No próximo momento, Lereia acusou Roger de nepotismo, o que na prática, é abrigar parentes de primeiro grau em cargos do governo. Por um lado mais pessoal, acusou Lereia de ter abrigado uma mulher no Estado, e foi mais mesquinho ainda: “é parente”, ou “é amante”?, reduziu novamente o nível do debate. “Parente minha de sangue não tem ninguém no Governo do Estado. A pessoa que ele fala [insinua] é esposa é irmã de um Coronel, trata-se de uma mãe de família, esposa de um juiz, não é parente minha. Respeita”, retrucou Lereia, num tom mais agressivo. “Que pouca vergonha na cara rapaz”, disse. Lereia, por outro lado, acusou Roger de assediar uma mulher de deputado estadual em Goiânia, e o debate retorna ao nível  inicial.

“Vamos discutir assuntos sobre saúde, educação. É isso que o povo quer saber. Pois nessa questão aí, o senhor pode se dar muito mal”, disse Roger. “Sobre a minha vida, eu dou satisfação a minha esposa e aos meus filhos”, respondeu o candidato do PSDB.

No próximo momento, a pergunta foi sobre a previdência. Lereia afirmou que vai chamar o concurso para fortalecer a previdência, e que vem tratando com prioridade tanto os repasses do MinaçuPrev, quanto ao pagamento de financiamentos obtidos por prefeitos anteriores.

Sobre o fortalecimento dos servidores públicos, pergunta feita pela imprensa, Leréia afirmou que na parte dos servidores da Educação tem feito o dever de casa. Falou da reforma de 14 escolas e sobre os reajuste dos magistério cujo superávit deve fechar em 37% de aumento de 2024. E afiançou que o piso do magistério será pago em Minaçu.

Na parte seguinte sobre a arrecadação do município, Lereia levou um levantamento onde mostra a arrecadação mês a mês, cuja a media é de 13.886, 136, 00. Lereia falou dos convênios para a qualificação de jovens em parceria com o Senai e IEL, da precariedade de cursos da UEG, e criticou a proposta de Roger de levar “cursinhos baratos”

Sobre saúde, Roger falou do projeto de estruturação da rede. Lereia criticou o fato de Minaçu “não estar” na lista de Hospitais estadualizados pelo Governo, a exemplo de Catalão e Uruaçu. “Eu gasto R$3 milhões com a saúde, imagina se o Governo ajudasse”, questionou.

 

Considerações finais

Roger Seabra falou de esperança, disse que a “soberba precede a queda”, defendeu uma gestão dinâmica e eficiente. Lereia afirmou que pretende continuar o projeto de desenvolvimento de Minaçu, da saúde a educação. “Quero continuar prefeito, para fazer aquilo que ainda não dei conta de fazer, mas sei por onde começar. E o povo sabe que eu faço”, disse.

 

Confira o debate completo: https://fb.watch/ueWUe4Y0X1/

 

Danillo Neres

Para a Coluna Opinião do Portal NG