Ministro diz que Talibã não vai permitir que grupos usem o Afeganistão para planejar ataques a outros países
Grupo extremista acobertava a Al-Qaeda, responsável pelos ataques de 11 de Setembro, enquanto governou o território afegão há 20 anos. Amir Khan Muttaqi, ministro das Relações Exteriores do regime Talibã no Afeganistão, durante coletiva de imprensa em Cabul nesta terça (14)
Muhammad Farooq/AP Photo
O grupo extremista Talibã não vai permitir que o território do Afeganistão seja usado para planejar ataques contra outros países, disse nesta terça-feira (14) o ministro das Relações Exteriores do regime islamita, Amir Khan Muttaqi.
“Não vamos permitir que ninguém nem qualquer grupo que use nosso solo contra outros países”, disse Muttaqi, que tem um papel de negociador do grupo islamita com outros países.
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O assunto foi colocado em questão na semana seguinte às homenagens dos 20 anos dos ataques de 11 de setembro de 2001. Naquela época, o Talibã controlava o território afegão e abrigava organizações terroristas como o braço da Al-Qaeda liderado por Osama bin Laden.
A recusa em entregar bin Laden, entre outras coisas, levou os Estados Unidos a iniciarem um conflito com o Afeganistão, em uma guerra que durou quase duas décadas.
Talibã pede ‘generosidade’ aos EUA
Avião militar dos EUA decola do Aeroporto Internacional de Cabul, nesta segunda-feira (30), pouco antes do fim do prazo de retirada das tropas do país.
AP Photo/Wali Sabawoon
Em entrevista coletiva, Muttaqi agradeceu a ajuda humanitária ao Afeganistão recebida de outros países e cobrou “generosidade” dos EUA.
Segundo o ministro, os talibãs ajudaram o exército dos EUA “facilitando sua retirada. Mas em vez de agradecerem, falam de impor sanções ao nosso povo”.
Os EUA concluíram em agosto a retirada das centenas de militares que ainda estavam no Afeganistão, um plano que estava previsto desde o governo de Donald Trump. No entanto, a saída abriu espaço para que o Talibã tomasse o controle de praticamente todo o solo afegão, em um grande revés para o governo de Joe Biden, que agora enfrenta críticas da oposição e de aliados ocidentais.