Mulher de Assange diz que fundador do WikiLeaks pedirá perdão ao governo americano

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Stella Assange, mulher de Julian Assange, disse nesta terça-feira (25) que ele pedirá perdão ao governo dos Estados Unidos por ter divulgado informações de segurança nacional. A declaração foi feita depois que o fundador do site WikiLeaks se declarou culpado de violar a lei de espionagem americana.

Em troca da liberdade, ele admitiu ser culpado por uma única acusação de crime de disseminação ilegal de material de segurança nacional. Em 2019, um júri federal o indiciou em 18 acusações relacionadas ao compartilhamento dos documentos.
Stella disse que estava feliz com a decisão, mas ainda irritada por ele ter ficado preso por tanto tempo. Assange foi detido em abril de 2019 na embaixada do Equador, em Londres, onde estava asilado desde 2012.

O australiano entrou na mira da Justiça americana após promover um enorme vazamento de documentos confidenciais do governo dos EUA em 2010.

Ela disse que Assange buscaria perdão porque admitir culpa em uma acusação de espionagem preocupa a imprensa ao redor do mundo.

“O fato de ele haver admitido culpa em relação à obtenção e divulgação de informações de defesa é, obviamente, uma preocupação muito séria para jornalistas de segurança nacional em geral”, disse ela.

Stella também disse que lançaria uma campanha para arrecadar dinheiro. Isso porque Assange embarcará em um voo de Londres para Saipan, uma ilha que pertence aos EUA onde o acordo com a Justiça deve ser ratificado.

Depois, ele deve seguir para a Austrália. Segundo Stella, esse deslocamento deve custar cerca de US$ 500 mil.

Além disso, afirmou que sempre acreditou que o marido seria libertado. “Estou me sentindo feliz. Mas até que todos os documentos sejam assinados, eu sigo preocupada. Eu só acreditarei quando ele estiver na minha frente e eu puder abraçá-lo. Aí sim será real.”

O acordo marca o fim de uma saga legal que levou Assange a passar mais de cinco anos em uma prisão britânica de segurança máxima e sete anos escondido na embaixada do Equador em Londres depois que o WikiLeaks promoveu a maior violação de segurança na história militar dos EUA.

Stella disse que Julian foi ficando mais tranquilo à medida que o acordo se aproximava. “Acho que isso vale não apenas para Julian, mas também para mim. Foram anos difíceis, muito difíceis. Precisamos de um tempo”, disse ela, acrescentando que os dois devem passar um período na Austrália.

Nesta terça (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) celebrou o acordo e falou em “vitória democrática”: “O mundo está um pouco melhor e menos injusto hoje. Julian Assange está livre depois de 1.901 dias preso. Sua libertação e retorno para casa, ainda que tardiamente, representam uma vitória democrática e da luta pela liberdade de imprensa.”

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