Proposta israelense para o fim da guerra em Gaza viola “linhas vermelhas”
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O Hamas recebeu uma nova proposta de trégua temporária na Faixa de Gaza, apresentada por Israel por meio de mediadores egípcios, informou nesta segunda-feira (14) uma fonte do grupo palestino. Segundo o movimento, uma das condições impostas por Israel para o fim definitivo da guerra — o desarmamento do Hamas e de outras facções armadas — é considerada “inaceitável” e viola suas “linhas vermelhas”.
De acordo com a proposta, Israel estaria disposto a libertar metade dos reféns em poder do Hamas na primeira semana após o acordo, em troca de um cessar-fogo de pelo menos 45 dias e da entrada de ajuda humanitária no território palestino. No entanto, a exigência de que o Hamas entregue suas armas é rejeitada pelo grupo. “As armas da resistência não são objeto de negociação”, afirmou o porta-voz do movimento à agência AFP.
Uma delegação do Hamas está no Cairo para conversas com autoridades do Egito e do Catar, com mediação também dos Estados Unidos, na tentativa de avançar em um acordo de cessar-fogo.
Mais cedo, Taher al-Nounou, dirigente do Hamas, afirmou que o grupo está disposto a libertar todos os reféns israelenses em troca de garantias firmes de que Israel encerrará a guerra. Ele acusou o governo israelense de impedir avanços nas negociações. “O problema não é o número de reféns, mas o fato de Israel estar voltando atrás em seus compromissos e bloqueando a implementação do cessar-fogo”, disse.
Durante a primeira fase da trégua, entre 19 de janeiro e 17 de março, 33 reféns foram libertados — oito deles mortos — em troca da liberação de cerca de 1.800 prisioneiros palestinos por Israel. As negociações atuais esbarram principalmente na discordância sobre quantos reféns o Hamas deverá libertar.
O conflito foi desencadeado em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque sem precedentes contra o sul de Israel, matando 1.218 pessoas, a maioria civis, segundo dados oficiais israelenses reunidos pela AFP. Das 251 pessoas sequestradas na ocasião, 58 continuam em cativeiro em Gaza, sendo 34 consideradas mortas, de acordo com o exército israelense.
No último domingo (14), o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas informou que ao menos 1.574 palestinos morreram desde a retomada das operações militares israelenses em 18 de março. Desde o início da ofensiva de Israel, há 18 meses, o total de mortos na Faixa de Gaza chegou a 50.944, segundo o órgão.
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