Tarcísio escolhe advogado como novo ouvidor da Polícia de São Paulo

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) escolheu o advogado Mauro Caseri, 64, como novo ouvidor da Polícia de São Paulo para o período de 2025 a 2027. A nomeação foi publicada no Diário Oficial do Estado desta quarta (18).

 

Caseri, que atualmente é chefe de gabinete da Ouvidoria, foi escolhido em uma lista tríplice e vai suceder o atual ouvidor Claudio Aparecido Silva, 48, o Claudinho -que também concorria à vaga.

O cargo de ouvidor é ligado à Secretaria de Segurança Pública funciona como uma espécie de ombudsman das policias, recebendo denúncias e cobrando fiscalização das forças de segurança, mas não tem poder de investigação.

Caseri é filiado ao PT há mais de três décadas, militante em movimentos sociais e participou da elaboração do Estatuto da Criança e do Adolescente. Em entrevista à Folha de S.Paulo em novembro, ele disse que, caso fosse escolhido, daria continuidade ao trabalho que estava sendo feito.

“Em toda minha vida na administração pública aprendi que as instituições dessa natureza não podem ter fechaduras nas portas, de nenhum dos lados. Na chefia do gabinete da Ouvidoria nesses dois anos procuramos deixar esse caminho livre.”

Para o advogado a Ouvidoria, criada pelo então governador Mario Covas (PSDB) em 1995, é uma conquista da sociedade civil. “Não pode ser ameaçada por disputas ideológicas e retrocessos civilizatórios”.

Crítico à gestão da Segurança Pública do governo Tarcísio, Caseri assume em meio a uma escala de violência policial no estado de São Paulo.

O número de pessoas mortas por policiais militares em serviço no estado de São Paulo cresceu 82% na comparação dos primeiros nove meses de 2024 com o mesmo período de 2023. Foram 474 mortes registradas de janeiro a setembro deste ano, ante 261 em 2023, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP).

Os feridos por policiais militares também engrossam uma lista de violência. Entre janeiro a setembro deste ano 231 pessoas ficaram feridas em supostos confrontos com policiais militares em serviço ante 175 em 2023 (alta de 32%).

“Fazer um corte, enfocando apenas um aspecto, é diminuir a questão, não contribuindo para seu avanço. Por outro lado, os números mostram avanço da letalidade policial, de processos de racismo, entre outros dados graves. Ao mesmo tempo, esses dados mostram o alarmante quadro de adoecimento mental da tropa policial em nosso estado.”

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