Trump começa giro pelo Oriente Médio com recepção luxuosa na Arábia Saudita
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ganhou uma recepção luxuosa ao chegar, nesta terça-feira (13), à Arábia Saudita -primeira parada de um giro pelo Oriente Médio no qual o republicano promete assinar acordos que somam mais de US$ 1 trilhão (quase R$ 5,7 trilhões).
Trump desembarcou no Terminal Real, uma seção especial do Aeroporto Internacional King Khalid, em Riad, a capital saudita, e se deparou com uma delegação de líderes empresariais e membros da realeza -incluindo o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, governante de fato da região.
Em seguida, ambos se dirigiram à corte real, o gabinete executivo do rei, acompanhados de cavalos árabes, e foram recebidos por uma guarda de honra. Ainda nesta terça, dezenas de líderes de algumas das maiores empresas dos EUA se juntarão a Trump para o almoço.
A capital sedia um fórum de investimentos organizado pelo governo saudita no qual Trump deve discursar e onde estarão presentes o bilionário Elon Musk e os presidentes-executivos de IBM, BlackRock, Citigroup, Palantir e Nvidia.
O objetivo declarado é não falar de política e focar apenas em negócios. A pretensão de assinar acordos de US$ 1 trilhão, por exemplo, quantia que equivale a todo o PIB da monarquia árabe, é considerada por economistas como sendo irreal.
O príncipe herdeiro prometeu investimentos de US$ 600 bilhões ao longo de quatro anos. Mas mesmo esse número é tido como duvidoso por especialistas -e ele pode, de todo modo, acabar ofuscado se Trump, como temem os israelenses, anunciar avanços no principal pleito dos sauditas junto aos EUA: cooperação para iniciar um programa nuclear civil.
Até aqui, a ideia de que Washington ajudaria Riad a construir e operar reatores para produção de energia sempre esteve conectada a uma eventual normalização das relações diplomáticas entre a Arábia Saudita e Israel. Segundo uma reportagem da agência de notícias Reuters, entretanto, negociadores americanos não pretendem mais fazer essa exigência aos sauditas, buscando, em lugar disso, um acordo puramente comercial.
Em 2020, em seu primeiro mandato, Trump anunciou os históricos Acordos de Abraão, nos quais os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein concordaram em reconhecer a existência do Estado judaico. O presidente americano sempre falou do tratado como o feito mais importante na política externa de sua primeira gestão.
Mas a adesão da Arábia Saudita, principal potência econômica e militar da região, não caminhou em razão da insistência de Riad de que o governo israelense se comprometesse com o estabelecimento de um Estado palestino -passo que Tel Aviv não se mostrou preparado para dar.
Alguns analistas apontam, inclusive, que o temor de que a Arábia Saudita reconhecesse Israel sem exigir a criação de um Estado para os palestinos teria motivado o grupo terrorista Hamas a realizar o ataque de 7 de outubro de 2023 a fim de provocar uma guerra e, assim, impossibilitar qualquer normalização. Hoje, de qualquer forma, o reconhecimento de Israel pelos sauditas não parece estar próximo.
Depois de Riad, Trump deve desembarcar no Qatar, pequeno país no golfo pérsico que desempenha papel central na mediação entre EUA, Hamas e Israel na guerra na Faixa de Gaza.
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